PATRÍSTICA & ESCOLÁSTICA - IDADE MEDIEVAL





Pensamento Medieval

“Na Idade Média, a Filosofia se separa da Teologia, porém as duas mantêm relações, podendo se afirmar que a Filosofia é um instrumento a serviço da Teologia. O tema central é a tentativa de conciliar razão e fé. De maneira simplista, é possível dividir a Filosofia medieval em dois grandes períodos: a Filosofia patrística e a filosofia escolástica. A patrística precede e prepara a escolástica medieval, e sua principal característica reside no seu caráter apologético: é preciso defender os ideais cristãos perante os pagãos e convertê-los. Presencia-se a retomada da Filosofia platônica, especialmente por Santo Agostinho, bem como do neoplatonismo. O termo escolástico designa a filosofia ministrada nas escolas cristãs (de catedrais e conventos) e, posteriormente nas universidades. A patrística retoma a filosofia platônica; a escolástica retoma a filosofia aristotélica, nela encontrando seus fundamentos e os elementos necessários para seu desenvolvimento. Santo Tomás de Aquino elabora a síntese magistral do cristianismo com o aristotelismo, fornecendo as bases filosóficas para a teologia cristã: surge a Filosofia aristotélica-tomista. Compatibilizar a fé e a razão continua a ser o problema central da Filosofia escolástica.”

 Souza. Sonia Maria Ribeiro de. Um outro olhar: Filosofia. São Paulo: FTD, 1995, p-46


. Fé e Razão: um problema medieval


Fé. Do latim fides. O termo é empregado em muitas acepções que poderiam ser divididas em profanas e religiosas. No sentido profano, significa dar crédito na existência do fato, fazer bom juízo sobre alguém, expressar sinceridade no modo de agir etc. Quando o testemunho no qual se baseia a confiança absoluta é a revelação divina, fala-se de Fé no seu sentido religioso. A Fé, neste sentido, não é um ato irracional. Com efeito, o espírito humano só pode aderir incondicionalmente a um objeto quando possui a certeza de que é verdadeiro. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)  Razão significa a faculdade de "bem julgar". Tem relação com o raciocínio discursivo. É conhecimento natural enquanto oposto ao conhecimento revelado, objeto da fé.


Patristica: 

Com o desenvolvimento do cristianismo, tornou-se necessário explicar seus preceitos às autoridades romanas e ao povo em geral. A Igreja católica sabia que esses preceitos não podiam simplesmente ser impostos pela força. Tinham de ser apresentados de maneira convincente, mediante um trabalho de pregação e conquista espiritual. Foi assim que os primeiros padres da Igreja se empenharam na elaboração de inúmeros textos sobre a fé e a revelação cristã. O conjunto desses textos ficou conhecido como patrística por terem sido escritos principalmente pelos grandes padres da Igreja. Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia Greco-romana, tentou munir a fé de argumentos racionais. Esse projeto de conciliação entre o cristianismo e o pensamento pagão teve como principal expoente o padre Agostinho, posteriormente consagrado santo pela Igreja.

 Escolástica: 

No século VIII, Carlos Magno organizou o ensino e fundou escolas ligadas às instituições católicas. A cultura Greco-romana guardada nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada, passando a ter uma influência mais marcante nas reflexões da época. Era o período da renascença carolíngia (refere-se ao estímulo dado à atividade cultural que marcou o governo de Carlos Magno).
Tendo a educação romana como modelo, começaram a ser ensinadas matérias como gramática, retórica e dialética (o trivium) e geometria, aritmética, astronomia e música (o quadrivium).
Todas elas estavam, no entanto, submetidas à Teologia. No ambiente cultural dessas escolas e das primeiras universidades do século XI surgiu uma produção filosófica teológica denominada escolástica (de escola). A partir do século XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento escolástico, marcando-o definitivamente. Isso se deveu à descoberta de muitas obras de Aristóteles, desconhecidas até então, e à tradução para o latim de algumas delas, diretamente do grego. Principal representante da escolástica: São Tomás de Aquino.


A PRÁTICA DA FÉ E DA VIRTUDE

 Ela está em nossa vida bem mais do que supomos e inspira as nossas ações bem mais do que imaginamos. Creio que a fé é a precursora de todas as nossas ideias. Sem fé, não teríamos criado hipóteses, teorias, ciências ou matemática. Penso que a fé é uma extensão do espírito. É a chave que abre a porta do impossível. Negar a fé é refutar a si mesmo e ao espírito que gera todas as nossas forças criadoras. Minha fé é no desconhecido, em tudo que não podemos compreender por meio da razão. Creio que o que está acima do nosso entendimento é apenas um fato em outras dimensões, e que no reino do desconhecido há uma infinita reserva de poder. Chaplin. Livro Fé e Otimismo. Vasco dos Santos. Ed. Nova Ideia LTDA A


O trabalho: conceito e definição

“O animal também produz. Faz um ninho, uma habitação, como as abelhas, os castores, as formigas, etc. Mas só produz o que é estritamente necessário para si ou para as suas crias. O animal produz apenas numa só direção, ao passo que o homem produz universalmente. O animal produz unicamente sob a dominação da necessidade física imediata, enquanto o homem produz quando se encontra livre da necessidade, na liberdade de tal necessidade. ” (Karl Marx) O

O trabalho: conceito e definição
“Podemos definir trabalho como toda atividade na qual o ser humano utiliza sua energia física e psíquica para satisfazer suas necessidades ou para atingir um determinado fim. Por intermédio do trabalho, o homem acrescenta um “mundo novo” (a cultura) ao mundo natural já existente. O trabalho é, portanto, elemento essencial da relação dialética entre o homem e a natureza, entre o saber e o fazer, entre a teoria e a prática. “Nesse sentido, o trabalho é uma atividade tipicamente humana, porque implica a existência de um projeto mental que determina a conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo almejado”. COTRIM. Gilberto. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas. São Paulo: Saraiva 2002, p. 22-23 O

IIustração
A ilustração é a libertação do ser humano de sua incapacidade e da qual ele próprio é o culpado. A incapacidade significa a incapacidade de servir-se de sua inteligência sem a guia de outrem. Esta incapacidade é sua culpa porque sua causa reside, não na falta de inteligência, mas na falta de decisão e coragem para servir-se, por si mesmo, dela sem a tutela de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de servir-te de tua própria razão: eis aqui o lema da ilustração. A fraqueza e a covardia são as causas de uma grande parte dos seres humanos continuarem, de bom gosto, no seu estado de criança, apesar de que a natureza já os tenha liberado, há tempos, da tutela alheia; também o são de que se faça tão fácil para outros erigirem-se em tutores. IMMANUEL KANT. 

COTRIM. Gilberto. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas. São Paulo:Saraiva, 2002, p.181 I





https://www.youtube.com/watch?v=Eu-CWNAa6lU






Segue abaixo o link para uma visita virtual da Capella Sistina, situada no Palácio Apostólico, residencia oficial do Papa, na Cidade-Estado do Vaticano. Reconhecida também por sua grandiosa arquitetura, inspirada no templo de Salomão do antigo Testamento, e sua decoração em afrescos (Técnica de pintura mural, executada sobre uma base de gesso ou cal ainda úmida - por isso o nome derivado da expressão italiana fresco, de mesmo significado no português - na qual o artista deve aplicar pigmentos puros diluídos somente em água.) Pintada pelos mais reconhecidos artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Rafael, Peruginoe Sandro Botticelli. Boa vigem..




Resumão:



  1. Filosofia medieval se desenvolveu na Europa durante Idade Média (séc v à XV).
  2. Período marcado pelo domínio da Igreja Católica.
  3. Relação entre fé e razão;
  4. Existência e natureza de Deus;
  5. Questões morais, éticas sobre determinismo e liberdade  humana;
  6. Limites do conhecimento e/ou epistemologia
  7. Santo Agostinho de Hipona (355 - 431) encontrou argumentos na ração para justificar crenças.
  8. Agostinho elaborou a teoria da consciência moral e do livre arbítrio.
  9. Agostinho defensor da Patrística, e foi reconhecido um dos pais da Igreja.
  10. Já escolástica aconteceu do período do séc IX ao XIV) retomada das ideias de Platão e Aristóteles se encorpam novamente.
  11. Teorias foram elaboradas na tentativa de provar existencia da alma e de Deus.
  12. Séc XII os conhecimentos começam a se universalizar com a criação de Universidades na Europa.
  13. Representantes da Escolástica - Anselmo de Cantuária, Albertus Magnus, São Tomás de Aquino, John Duns Scotus e Guilherme de Ockham.
Segue abaixo as principais obras da Idade Média:

Resultado de imagem para Cidade de Deus (Santo Agostinho)Resultado de imagem para Confissões (Santo Agostinho)Resultado de imagem para Suma Teológica (São Tomás de Aquino)


Atividade: Realizar pesquisas a respeito de dois célebres filósofos Medievais, Anselmo de Cantuária e Guilherme de Ockham. Realizar em modelo padrão de capa e contracapa impressa, pesquisa no padrão, porem manuscrito. Pesquisar biografia, teorias e obras, deve-se também conter uma imagem dos filósofos.





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